Bacharel em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP
Colunista de Filosofia do jornal jurídico Carta Forense (desde 2006)
Professora de Mitologia Greco-Romana (Galleria Borghese, Roma)
Professora de História do Renascimento (Nettuno e Florença)
Colunista de Astrologia & Arte no Consueloblog (Florença)
e-mail - mitologia@esdc.com.br

28 a 35 anos


Ciclos de Evolução – Alexander Ruperti

De 28 a 35 anos: Nível Individual ou da Personalidade – Liberação do talento criativo da personalidade. Possibilidade de um “segundo nascimento”, como uma semente criativa para o futuro. Negativamente, a cristalização da atitude pessoal em termos de padrões sociais e ancestrais.

Na divisão trinária do ciclo de Urano, o 28º ano marca, com o trígono de Urano formado com sua posição natal, o início do segundo período. Isto abre a quinta fase do ciclo da vida. Neste ano, a Lua progredida também retorna à sua posição natal e as posições dos nodos lunares são invertidos – o nodo norte, em trânsito, passa a ocupar a posição do nodo natal sul, e o nodo sul, em trânsito, passa a ocupar a posição do nodo norte.

No ciclo de lunação progredido, aos 30 anos de idade, o Sol e a Lua repetem o mesmo aspecto que formavam no nascimento; e Saturno, em trânsito, retorna à sua posição natal e inicia um novo ciclo. Em adição a tudo isto, aos 30 anos de idade, Júpiter e Saturno, em trânsito, estarão em aspecto oposto, portanto complementar, ao seu aspecto natal.

Deste modo, se estavam em conjunção no nascimento, na idade de 30 anos estarão em oposição. Por tudo isto, o astrólogo pode ver, facilmente, que o período que vai dos 27 aos 30 anos de idade representa um ponto crítico muito importante na vida de todas as pessoas.

Um segundo ponto crítico deste mesmo tipo, que será discutido mais adiante, ocorrerá durante o período que vai dos 56 aos 60 anos de idade. Dane Rudhyar se refere a estas idades como o segundo e o terceiro nascimentos potenciais. Nesta fase, o indivíduo nasce do coletivo ao passo que no outro renascimento, que virá mais tarde, o eu individual nasce da personalidade.

Cada indivíduo concebido é a soma total do passado coletivo, e até o 28º ano de vida ele é, basicamente, um resultado da sua herança ancestral e cultural. O propósito destes primeiros 28 anos – o primeiro ciclo completo de Saturno – é a absorção de tudo o que é possível assimilar deste passado. Só então, e não antes disso, é que o indivíduo verdadeiramente criativo pode emergir. Somente por meio da síntese individualizada das influências coletivas e dos frutos do passado é que a personalidade, plenamente expressada, pode fluir.

Antes dos 28 anos, a pessoa ainda é dominada por essas influências coletivas, e por infelicidade são muitas as pessoas que, por um longo tempo depois desta época, continuam sendo seguidoras passivas dos seus costumes ancestrais – exemplos indefinidos de uma cultura nacional ou local e de uma mentalidade coletiva.

Aos 28 anos, portanto, a porta é aberta e oferece-se à pessoa, a oportunidade de começar a afirmar sua verdadeira individualidade, manifestando seu próprio destino singular e dando sua própria contribuição particular ao mundo.

O trígono de Urano – símbolo desta oportunidade de obtenção de uma visão criativa – é capaz de fazer a pessoa compreender para que ela está aqui, por mais indistinto que possa ser este sentimento de relação com algum ideal, algum objetivo ou alguma função.

Segundo a opinião humanística, cada um de nós é, em potencial, um elemento completamente novo que pode ser aduzido à raça humana – uma resposta, em potencial, a uma nova necessidade humana. A percepção dessa necessidade manifesta-se por volta dos 28 anos de idade – a época de um possível “segundo nascimento” no nível da realização psicológica e mental.

O 28º ano é o início potencial da vida como um indivíduo criativo. Dos 28 aos 42 anos de idade, o tema será o estabelecimento decisivo do ser como uma personalidade integrada, atuando de uma maneira nova e particular na sua própria comunidade, capaz de produzir alguma coisa de valor dentro desta comunidade.

O retorno de Saturno ao seu local natal marca a oportunidade de a pessoa dar um novo significado a sua vida, baseada numa atitude verdadeiramente individual e também na capacidade de se relacionar, de uma forma responsável, com o todo maior do qual ela pode ser uma parte consciente e criativa.

A reversão dos aspectos natais de Júpiter e de Saturno revela a possibilidade de um modo de ver mais objetivo referente aos costumes sociais, culturais e religiosos tradicionais da sua época.

Em teoria, tudo o que aconteceu desde o nascimento, na vida espiritualmente bem orientada, foi levando a pessoa para a percepção, ao redor dos 28 anos de idade, da contribuição individual que ela pode dar à vida.

À partir desse momento, a vida pode ter um significado original e pessoal, mas isso só acontece se o indivíduo perceber, mais ou menos claramente, o tipo de ideal, propósito ou necessidade humana que ele é capaz de preencher e, depois, concentrar sua atenção, conscientemente neste objetivo.

Ele deverá descobrir sua própria maneira de assumir uma posição individual e independente em relação aos problemas que ele pretende enfrentar.

Independentemente do que consiga realizar ou produzir antes dos 28 anos de idade, será uma floração do seu passado – do passado de sua alma ou do seu passado genético. Não será uma expressão da sua identidade individual.

Uma pessoa poderá nascer com dotes especiais; porém, o que importa é o que ela fará com eles como indivíduo. Ela deve fazer com que eles sirvam a algum propósito novo, conscientemente decidido em como usar o legado do passado, em todos os níveis, como um meio para revelar a verdadeira identidade espiritual.

É por isso que nas proximidades dos 28 anos de idade é importante transformar o relacionamento com o passado de tal modo que, em vez de ser simplesmente uma expressão desse passado, a pessoa possa decidir de que modo ela o usará como um meio de contribuir com alguma coisa nova – alguma coisa que não existia antes de ela existir.

"Sábio é quem em tudo lê". Plotino

"Sábio é quem em tudo lê". Plotino

Entendimento dos Símbolos

Por Fernando Pessoa

Benedictus Dominus Deus noster qui debit nobis signum

O entendimento dos símbolos e dos rituais (simbólicos) exige do intérprete que possua cinco qualidades ou condições, sem as quais os símbolos serão para ele mortos, e ele um morto para eles.


A primeira é simpatia; não direi a primeira em tempo, mas a primeira conforme vou citando, e cito por graus de simplicidade. Têm o intérprete que sentir simpatia pelo símbolo que se propõe interpretar. A atitude cauta, a irônica, a deslocada - todas elas privam o intérprete da primeira condição para poder interpretar.

A segunda é a intuição. A simpatia pode auxiliá-la, se ela já existe, porém não criá-la. Por intuição se entende aquela espécie de entendimento com que se sente o que está além do símbolo, sem que se veja.

A terceira é a inteligência. A inteligência analisa, decompõe, reconstrói noutro nível o símbolo; tem, porém, que fazê-lo depois que, no fundo, é tudo o mesmo. Não direi erudição, como poderia no exame dos símbolos, é o de relacionar no alto o que está de acordo com a relação que está embaixo. Não poderá fazer isso se a simpatia não tiver lembrado essa relação, se a intuição não a tiver estabelecido. Então a inteligência, de discursiva que naturalmente é, se tornará analógica, e o símbolo poderá ser interpretado.

A quarta é a compreensão, entendendo por esta palavra o conhecimento de outras matérias, que permitam que o símbolo seja iluminado por várias luzes, relacionado com vários outros símbolos, pois que, no fundo, é tudo o mesmo. Não direi erudição, como poderia ter dito, pois a erudição é uma soma; nem direi cultura, pois a cultura é em síntese; e a compreensão é uma vida. Assim, certos símbolos não podem ser bem entendidos se não houver antes, ou ao mesmo tempo, o entendimento de símbolos diferentes.

A quinta é menos definível. Direi talvez, falando a uns, que é graça, falando a outros que é a mão do Superior Incógnito, falando a terceiros, que é o Conhecimento e Conversação do Anjo da Guarda, entendendo cada uma destas coisas, que são a mesma da maneira como as entendem aqueles que delas usam, falando ou escrevendo.

Eu sei ler as estrelas!

Eu sei ler as estrelas!

Próspero, o duque de Milão à sua filha, Miranda em "A Tempestade".

Próspero, o duque de Milão à sua filha, Miranda em "A Tempestade".

Sobre A Metafísica - Rainha das Ciências - A Hécuba kantiana: * A S T R O L O G I A *

Aristóteles: "Este mundo está ligado duma maneira necessária aos movimentos do mundo superior. Todo o poder no nosso mundo é governado por estes movimentos" . (Tratado do Céu)

São Tomás de Aquino: "Os corpos celestes são a causa de tudo o que se produz neste mundo sublunar, agem indiretamente sobre as ações humanas, mas nem todos os efeitos que produzem são inevitáveis". (Suma, quest. XV, art. 5 e vol.III, pp. 2-29)

Dante: "Os astros são, de fato, a causa primeira de vossas ações, mas haveis recebido uma luz que vos permite distinguir o bem do mal, e uma vontade livre que, após ter começado a lutar contra os astros, de tudo triunfa se for bem dirigida". (Purgatório, XVI, 73)

Tycho-Brahé: "O homem contém em si uma influência bem maior do que a dos astros; superará as influências se viver segundo a justiça, mas, se seguir as suas tendências cegas, se descer à classe dos brutos e dos animais, vivendo com eles, o rei da natureza já não comanda, é comandado pela natureza".

Kepler: "Vinte anos de estudos práticos convenceram o meu espírito rebelde da realidade da astrologia".

Goethe: "Vim ao mundo em Franco forte-sobre-o-Meno a 28 de Agosto de 1749, ao soar a última badalada do meio-dia. A constelação era feliz, o Sol estava no signo da Virgem; Júpiter e Vênus formavam com ele bons aspectos; Mercúrio não era desfavorável, Saturno e Marte eram neutros; só a Lua, cheia nesse dia, exercia a força da sua reverberação tanto mais poderosa quanto a sua hora planetária havia começado. Opôs-se, portanto, ao meu nascimento até que essa hora passou. Estes bons aspectos, mais tarde altamente apreciados pelos astrólogos, serão sem dúvida a razão por que fiquei vivo, pois, pela incúria da parteira, julgaram que estava morto quando vim ao mundo, e só depois de numerosos esforços vi a luz". (Poesia e Verdade, cap. I).

Balzac: "A Astrologia é uma ciência imensa e que reinou nas mais altas inteligências".

C.G. Jung: "Se as pessoas cuja instrução deixa a desejar têm julgado que podem fazer troça da astrologia, considerando-a como uma pseudociência há muito liquidada, essa astrologia, remontando das profundezas da alma popular, volta hoje a apresentar-se às portas das nossas universidades, que deixou há três séculos". (Seelenprobleme derGegenwart, p. 241)

André Breton: "É (a astrologia) para mim uma dama muito alta, muito bela e vinda de tão longe que não pode deixar de encantar-me. No mundo puramente físico, não vejo outra cujas qualidades possam rivalizar com as suas. Parece-me, além disso, guardar um dos mais altos segredos do mundo. É pena que hoje – pelo menos para o vulgo – reine no seu lugar uma prostituta". (Atrologie moderne, nº 12, Outubro de 1954)

Claude Lévi-Strauss: "Os antigos construíram um sistema, e esse sistema, a partir do momento em que foi construído, mostrou-se operante e fecundo, pois o homem só pode pensar com sistemas. A astrologia foi um grande sistema, pois ajudou o homem a pensar durante milênios". (L'Astrologue, nº 9)

Lucien Malavard (Prof. De Ciências na Sorbonne): "Penso que os antigos fizeram de certo modo ciências humanas avant lalettre por meio da astrologia: elaboraram assim uma classificação dos seres, uma maneira de ver mais claro nos comportamentos humanos. Pela minha parte, sentir-me-ia tentado a situar a astrologia ao lado das ciências humanas, um pouco mais longe...". (L'Astrologue, nº 15)

ASTROLOGIA NÃO É DOGMA DE FÉ (creio/não creio).

Requer conhecimentos básicos de matemática, geometria, mitologia, antropologia, história, psicologia, semiótica, física, astronomia e filosofia pré-socrática.

Conclamar a união de todas essas disciplinas já a torna deveras intrigante!

Ouça entrevista (em áudio) que concedi sobre Astrologia em "Conhecimento Sem Fronteiras", no site da ESDC: http://www.esdc.com.br/

Entrevista em áudio sobre Astrologia

Realizada por Márcia Oshiro com a Profª Luciene Félix


1ª Parte (duração: 10:45)

O que é astrologia?
Quais os pressupostos deste Saber?
Que conhecimento é necessário para decodificar essa linguagem?
O que são os quatro elementos?
O que tem a nos dizer sobre a Era de Aquário?
No que o estudo de um mapa astral pode ajudar as pessoas?
Qual é a informação mais importante de um mapa astral?

2ª Parte (duração: 9:34)
Após o Sol, qual é a segunda informação a ser analisada?
Como descobrir qual é nosso signo Ascendente?
E quem é de Câncer, por exemplo? Errata: Asc. Câncer mesmo é para quem nasce entre 6 e 8hs da manhã
Qual planeta rege qual signo?
Podemos confiar em mapas da internet?
E quanto às interpretações dos mapas astrais da internet?

3ª Parte (duração: 11:25)
Após o Sol, o Ascendente e a Lua, o que deve ser analisado?
Breve resumo do posicionamento de Vênus nos 4 elementos?
E o que seria uma Vênus mal posicionada?
E quanto a localização do planeta Marte num mapa?

4ª Parte (duração: 9:49)
Posicionamento de Marte & Vênus e a vida sexual.
O que é "Trânsito Astrológico"?
Exemplo de Trânsito.
Qual influência do ciclo de lunação?
E quanto a Lua Cheia?

5ª Parte (duração: 13:24)
O grande presente: o benéfico Júpiter!
Interpretação do trânsito de Júpiter/Zeus por Casas.
Em que consiste o sistema de Casas derivadas?
Sobre a arte do divinatio, da advinhação.
Conhecendo "O Segredo" de se auto-conhecer
E quanto ao rebaixamento de Plutão?
És astróloga? Ensinas a ler as estrelas...