Ciclos de Evolução - Alexander Ruperti
De 35 a 42 anos: Nível individual ou da Personalidade – Culminação dos talentos físicos e pessoais. Novamente, cristalização da atitude pessoal, das atividades e da percepção desenvolvidas entre os 28 e 35 anos. Necessidade de decidir claramente o que se quer fazer na vida, talvez levando a esforços para purificar a personalidade.
Este período de 7 anos marca o início do hemiciclo minguante da vida. Até esta época, as energias vitais cresceram e se expandiram; agora elas dão início à sua onda descendente. A partir deste ponto, cada nível sucessivo será uma expressão introvertida do seu correspondente extrovertido, ocorrido durante a onda ascendente, e os valores e ideais opostos entrarão em cena.
O nível extrovertido correspondente à idade de 35 a 42 anos de idade. Juntos, estes dois níveis formam um platô. Ambos são níveis de Personalidade, o primeiro lidando com as manifestações externas e a liberação das energias criativas, ao passo que este período, que vai dos 35 aos 42 anos de idade, trata das atitudes e das crenças pessoais das quais a criatividade brota. Este último período torna mais concreto aquilo que foi iniciado no período anterior.
Segundo Rudhyar, o requisito básico da vida neste período, neste platô compreendido entre os 28 e os 42 anos de idade, consiste em ser um indivíduo e ocupar, como tal, seu próprio lugar no mundo. Isto significa ser dotado de livre-arbítrio, ser auto-suficiente e consciente do seu próprio destino individual. Mas antes que alguém possa ir ao encontro de seu destino-vida, deve, primeiro, libertar-se dos vestígios finais das influências exteriores e escolher conscientemente sua própria reação básica à vida.
A melhor oportunidade para uma tal percepção do Eu surgirá no 35º ano, que constitui não somente o ponto médio deste período-platô, mas também o ponto médio do próprio ciclo de vida. Simbolicamente, o 35º é a Lua cheia do ciclo de vida – o ponto de percepção. Aqui, o externo enfrenta o interno, e as percepções provenientes de uma síntese destes dois fatores podem fornecer a visão de um verdadeiro sentimento do “Eu”. Torna-se possível então, para uma pessoa, “ver” porque ela faz o que faz e escolhe assim se vai ou não continuar fazendo.
A escolha, porém, requer uma aceitação da responsabilidade. Enquanto uma pessoa permanecer amarrada pelos cordões do avental psíquico de alguma “imagem materna” – quer essa imagem seja uma pessoa em particular (tal como um dos pais, o cônjuge ou um mentor espiritual), quer seja um grupo, uma instituição ou uma ideologia – ela terá alguma coisa, fora de si mesma, determinando suas ações e assumindo a responsabilidade por elas.
Os sentimentos de culpa ou de inferioridade fornecem uma excelente desculpa para a perpetuação deste tipo de imaturidade emocional. Estes sentimentos são alimentados pela lembrança de fracassos e pela projeção desses fracassos no futuro. O fato de não querer aceitar a responsabilidade por seus próprios fracassos coloca a pessoa na posição de vítima permanente – eternamente à mercê do que quer que tenha escolhido para ser a “imagem materna” que governa a sua vida.
Se, durante o período que vai dos 28 aos 35 anos de idade, a pessoa não conseguiu se libertar da necessidade de ter um bode expiatório psíquico, então a visão que ela terá aos 35 anos poderá, pelo menos temporariamente, puxar o tapete emocional por debaixo dos seus pés. A pessoa poderá ver que a sua vida não funciona e que os velhos bodes expiatórios já não lhe servem mais.
Portanto, ela sai à procura de novos bodes expiatórios. Superficialmente, poderá dar a impressão de que está retomando oportunidades passadas, contudo, o que ela está fazendo na verdade é procurar uma nova “imagem materna” para assumir a responsabilidade por sua vida – um novo útero para dentro do qual possa arrastar-se.
Porque não vê que são as suas crenças que precisam ser transformadas, sairá então em busca de novas técnicas, de uma nova ideologia, de um novo mentor ou de um novo parceiro no casamento. Infelizmente, nenhuma dessas coisas fornecerá uma sólida base efetiva que lhe possa servir de ponto de partida para enfrentar as crises do período de sete anos que vem a seguir (dos 42 aos 49 anos de idade) e sem o qual a experiência da menopausa pode ser caótica ou mesmo trágica. Este período começa, aproximadamente, na ocasião da quadratura crescente de Saturno e termina por volta da época da quadratura crescente de Netuno.