Ciclos de Evolução - Alexander Ruperti
Dos 56 aos 63 anos: Nível de Poder –
Possibilidade de um “terceiro nascimento” no ciclo de Urano.
Demonstração da capacidade de focalizar, através de personalidade,
a qualidade espiritual do ser, inerente ao nascimento. Novas
atividades espirituais ou, negativamente, nova cristalização das
reações da mente e dos sentimentos.
O período que vai
dos 56 aos 60 anos de idade é tão importante quanto aquele que vai
dos 27 aos 30 anos. O 56º ano coincide com o terceiro nascimento no
ciclo de Urano – a 9ª fase.
Na vida de todos,
esta é a segunda oportunidade que se tem para reorientar a
transformar o caráter e também a natureza dos nossos
relacionamentos humanos.
Sendo capaz de se ver de uma nova maneira, o
indivíduo tem a possibilidade de ver os outros de uma nova maneira
e, deste modo, entrar num novo tipo de participação social.
Falando
positivamente, o que pode acontecer nesta ocasião é a decisão,
consciente ou inconsciente, de dedicar o crepúsculo da vida a alguma
forma de realização e colheita criativa.
Negativamente, esta
fase significa o abandono e a acomodação dentro de uma forma
limitada e cristalizada de existência física e e mental –
isolamento.
Além do terceiro
nascimento do ciclo de Urano, este período vê o retorno de ambos,
Júpiter e Saturno, às suas localizações natais. Inicia-se um
quarto ciclo nodal, que indica a renovação potencial da
configuração do destino e da integração da personalidade.
Finalmente, o
aspecto natal Sol-Lua repete-se nas progressões por volta dos 59
anos de idade e Saturno inicia seu terceiro ciclo da vida.
Por meio de todas
estas indicações astrológicas pode-se observar uma nova tendência
que começa a se desenvolver aos 56 anos de idade – uma tendência
que atingirá seu clímax entre os 59 e os 60 anos, com o início do
novo ciclo de Saturno, e tornar-se-á mais claramente definida quando
se iniciar a faixa dos 60 anos.
Aqui se estabelecerá
um traço predominante para os restantes anos de vida, ou pelo menos
até a idade dos 70-72 anos, após o que começa a velhice, conforme
é considerada hoje em dia.
É claro que a
“velhice” poderá começar realmente aos 60 anos, se a pessoa não
adotar uma atitude positiva em relação à mudança de direção da
sua vida iniciada na faixa dos quarenta anos.
De qualquer modo,
quanto mais a pessoa viveu uma espécie de vida diferente da
existência comum e rotineira imposta pela sociedade moderna, maior
será a probabilidade de ser positivo o período que vai dos 56 aos
70 anos.
Desde a época da
Grécia antiga, a faixa dos 60 anos tem sido considerada como a idade
da filosofia, no sentido da procura de um significado essencial e de
valores fundamentais. Este deverá ser o interesse principal durante
o crepúsculo e o princípio da noite da vida.
Além disso, na vida
do indivíduo criativo, deverá ser feito um esforço no sentido de
se harmonizar o ponto de vista individual com as necessidades
reais do coletivo.
Então, tornar-se-á
possível agir com mais sabedoria, com mais serenidade e com mais
eficiência em todos os relacionamentos. O indivíduo criativo usará
estes anos finais para levar à sua comunidade os frutos espirituais
ou sócio-culturais e de sua reflexão.
Por este ato, poderá merecer
honrarias e fama relativa e, talvez, até um grau relativo de
segurança social.
Todavia, no caso de
a comunidade não apreciar o valor dessa colheita, então estes anos
finais poderão ser muito solitários.
Dane Rudhyar
observou certa vez que uma pessoa criativa não consegue colocar sua
marca no seu tempo antes de chegar aos 60 anos.
As obras realizadas
por essa pessoa criativa depois da idade de 28 anos (a época do
início da verdadeira criatividade individual) ficarão impressas na
consciência (e até mesmo no inconsciente) da geração nascida
na época em que essas obras foram realizadas ou produzidas.
Esta impressão
constitui a base da imortalidade social e cultural da mente
verdadeiramente criativa. Quando a geração nascida na época de
tais criações mentais atinge a maturidade – aos 28 anos de idade
–, estará então em condições de compreender e apreciar seu
valor.
O criador, por sua
vez, estará com cerca de 60 anos de idade. Deste modo, é durante
este período da vida que o indivíduo deverá compreender a
importância de tentar oferecer alguma contribuição permanente e,
em alguns casos, imortal, para a vida da sua comunidade. Ele deve
concentrar-se no futuro espiritual, tanto de si mesmo como da
comunidade.
Nessa época da vida
deve ocorrer uma repolarização espiritual. Essencialmente, isto
requer uma revisão de tudo aquilo que o indivíduo assimilou durante
a vida – ele precisa decidir o que vai conservar e, eventualmente,
transmitir às gerações futuras e o que deve descartar.
Deve descobrir qual
a melhor maneira pela qual aquilo que ele se tornou pode vir a
satisfazer alguma necessidade coletiva básica da época.
Nunca é
cedo demais para dar início à tarefa de descartar aquilo que não é
essencial e, em seguida, prosseguir fortalecendo, esclarecendo e, se
necessário, registrando para as gerações futuras a colheita da
nossa experiência.
Devemos fazer isso
durante esta 9ª fase da vida, porque aos 60 anos de idade estaremos
mais preparados para realizar este trabalho. O que deverá ser levado
em consideração não é tanto o tempo gasto nessa tarefa, mas a
qualidade do trabalho realizado.