Saturno na Casa IV
(como no signo de Câncer)
O trânsito de Saturno pela Casa IV é um período para o indivíduo se concentrar nos alicerces da segurança e da sobrevivência, um período para confrontar as necessidades básicas de um sentimento de pertença e de tranquilidade.
O trânsito de Saturno pela Casa IV é um período para o indivíduo se concentrar nos alicerces da segurança e da sobrevivência, um período para confrontar as necessidades básicas de um sentimento de pertença e de tranquilidade.
A pessoa tende a olhar mais seriamente o seu lugar na comunidade e tenta, muitas vezes, estabelecer um sentido de solidez e de ordem no ambiente do lar. Isto pode significar, naturalmente, muitas coisas diferentes para pessoas diferentes, mas são, regra geral, duas as áreas de atenção no que respeita ao lar:
1) o estado físico e a arquitetura da casa podem parecer inadequados aos objetivos pessoais. O indivíduo pode então decidir modificá-la de algum modo, umas vezes construindo seja o que for dentro da própria residência ou no jardim, outras vezes mudando mesmo de casa; e
2) as obrigações para com a família tornam-se mais reais e insistentes. A pessoa se sentirá oprimida no ambiente que a rodeia, sensação que pode constituir um aviso de que é necessário definir melhor os limites não só da vida doméstica, como das próprias ambições (a Casa X – oposição polar com a Casa IV).
Na verdade, o trânsito de Saturno pela Casa IV é um período em que se devem lançar os alicerces de quaisquer ambições a longo prazo e determinar a base de operações necessária para a carreira pessoal.
Isto pode levar à redefinição do negócio, da profissão ou, pelo menos, à reestruturação do ambiente em que se trabalha. Uma última nota acerca da Casa IV é que as pessoas parecem, muitas vezes, experimentar o karma direto durante esse período, relacionado com os seus esforços criativos e/ou casos amorosos do passado. Explica-se tal fato se repararmos que a Casa IV é a XII a contar da Casa V.
Saturno na Casa VIII (como no signo de Escorpião)
Este período pode acentuar uma destas dimensões de vida ou todas elas: financeira, sexual-emocional, psicológica ou espiritual. Como a Casa VIII está associada a Plutão e a Escorpião, este período é particularmente importante como tempo de acabar com velhos padrões de vida e – embora abandonando algum intenso desejo ou ligação – de experimentar uma espécie de renascimento no final.
Este período pode acentuar uma destas dimensões de vida ou todas elas: financeira, sexual-emocional, psicológica ou espiritual. Como a Casa VIII está associada a Plutão e a Escorpião, este período é particularmente importante como tempo de acabar com velhos padrões de vida e – embora abandonando algum intenso desejo ou ligação – de experimentar uma espécie de renascimento no final.
A necessidade de disciplinar os desejos e de estruturar as ligações emocionais torna-se clara, quer através de circunstâncias que nos impelem a enfrentar certos fatos pela pressão da frustração, quer pela compreensão íntima das ramificações últimas dos nossos desejos e do modo como usamos todas as formas de poder – financeiro, sexual, emocional, oculto e espiritual.
Muitas pessoas sentem este período como um tempo de profundo sofrimento, cuja causa é difícil identificar. Algumas comparam-no a uma travessia do Inferno ou do Purgatório, na qual os seus desejos e ligações se refinam e a sua consciência das energias mais profundas da vida é despertada.
Trata-se, em resumo, de um período para enfrentar os ultimatos da vida, as experiências medulares tantas vezes ignoradas e desprezadas. Muitos indivíduos parecem preocupar-se com as realidades essenciais da vida da Alma, do Além e da morte.
É um tempo para enfrentar o fato inexorável da morte com mais realismo – e a consciência da inevitabilidade da morte leva, muitas vezes, as pessoas a dedicarem-se à expressão das suas últimas vontades, fazendo testamentos e dispondo de seus bens.
Nesse período, são também frequentes outras reorganizações financeiras, mas, regra geral, o indivíduo procura proteger-se e estabelecer um certo tipo de “segurança da alma” ao mais profundo nível possível.
Trata-se igualmente de uma fase em que se compreende a importância da vida sexual e das implicações do modo como as energias sexuais tem sido canalizadas. Em alguns casos, é um período de frustração sexual, forçando a pessoa a tornar-se mais reservada e disciplinada; noutros casos, o indivíduo agirá conscientemente, de modo a cortar com determinados escapes ou atividades sexuais anteriormente importantes, compreendendo o valor a conter a força sexual dentro de si próprio, a não ser que ela seja usada com um propósito construtivo e curativo.
É também um tempo em que muitas pessoas se absorvem em estudos de ocultismo, práticas espirituais e em vários tipos de investigação. Parece-me que uma das chaves para este período pode obter-se entendendo que a Casa VIII é a última das 12 casas a contar da Casa IX: por outras palavras, o trânsito de Saturno por esta Casa VIII traz à superfície os resultados dos nossos esforços para viver os nossos ideais e crenças.
Isto manifesta-se então como transformação – quer agradável, quer dolorosa, por causa do sofrimento exigido para a redefinição dos ideais de vida.
Saturno na Casa XII (como no signo de Peixes)
Como afirmei no princípio deste capítulo, o trânsito de Saturno por esta Casa, juntamente com o seu trânsito pela Casa I, coincide com uma importante fase de transição na vida de toda a gente.
Como afirmei no princípio deste capítulo, o trânsito de Saturno por esta Casa, juntamente com o seu trânsito pela Casa I, coincide com uma importante fase de transição na vida de toda a gente.
A fase de Saturno na Casa XII é um período em que defrontamos resultados de todos os pensamentos, ações, desejos e atividades que foram nossos durante o último ciclo saturnino através das outras Casas.
O modo pelo qual nos temos exprimido [expressado] no mundo (Casa I) levou-nos, inevitavelmente, a esse tipo de karma. Se é este o primeiro trânsito de Saturno pela Casa XII durante esta vida, então a fase da vida que termina com este período pode ser uma que começou numa vida passada.
Mas, em qualquer caso, trata-se do fim de um velho ciclo; e, por isso, muitas vezes nos sentimos descontentes, confusos, desorientados, presos num quadro emocional e mental, à medida que velhas estruturas começam a desmoronar-se.
Por outras palavras, as ambições, valores, prioridades e crenças que em tempos deram significado e direção à nossa vida, começam a dissolver-se quando Saturno entra nesta Casa; e a sensação de estarmos perdidos, de não termos base sólida em que assentemos os pés, é geralmente muito forte durante o primeiro ano desta fase, até que se consolidem novos valores e novas atitudes, mais apurados, perante a vida.
Trata-se, assim, de um período para a definição dos ideais e da orientação espiritual última, e muitas pessoas ocupam-no experimentando novas perspectivas, depois de se terem libertado de velhas ligações que agora se demonstram como vazias e inertes.
Em resumo, trata-se de um período de trabalho na clarificação das dimensões transcendentes e sutis da vida que, embora sejam difíceis de exprimir, constituem a mais oculta fonte de força que nos ajuda a combater pelo desenvolvimento no meio das batalhas e dos obstáculos da vida.
A Casa XII tem sido denominada a Casa do isolamento porque, neste período, é bastante comum um certo tipo de isolamento físico.
Mais o mais comum é a pessoa, pelo menos durante a primeira metade do período, sentir-se numa prisão emocional, isolada do mundo exterior que parece distante e irreal.
É um período em que nos devemos voltar para nós próprios, a fim de despertar fontes interiores de energia emocional e espiritual; e, muitas vezes, parece que se não optarmos conscientemente neste sentido, surgem circunstâncias que nos levam a experimentar uma certa forma de isolamento pessoal e não nos deixarão outra escolha senão a de refletir sobre as nossas vidas de uma perspectiva distanciada.
Mas, na maior parte dos casos que conheço, a pessoa anseia pelo isolamento, por se afastar das preocupações do mundo exterior, quer isto tome a forma da fuga para o mosteiro ou de uma simples retirada das muitas associações e atividades que dantes tinham sentido.
É um período excelente para o estudo de temas espirituais, místicos ou ocultos, e muitas pessoas sentem-se também particularmente atraídas para a expressão musical, poética ou visionária, visto que aquilo que sentem não pode exprimir-se em termos lógicos ou racionais, mas somente através de imagens, vibrações e intuições.
Verifica-se também, com frequência, um impulso para atividades humanitárias ou eminentemente sociais, como meio de descobrir um sentido para a vida.
Os problemas de saúde, não raros neste período, são, regra geral, de ordem psicossomática, queixas difíceis de diagnosticar que só uma terapia psicológica/espiritual resolverá.
A energia física é, muitas vezes, baixa, devido ao desgaste emocional proveniente da desagregação de toda a antiga estrutura da personalidade. O velho dissolve-se, a fim de deixar espaço para o nascimento de uma nova orientação de vida, de uma nova estrutura de vida.
Contudo, o mais desorientador neste período é o fato de se caracterizar pela espera, pelo sonho, pela exploração interior, tempo durante o qual o indivíduo não tem limites firmes nem uma base sólida a que se fixe.
Uma pessoa espera e prepara o nascimento da nova estrutura, mas não começará a construí-la enquanto Saturno não tiver cruzado o Ascendente para entrar na Casa I. No entanto, se uma pessoa extrair força interior da compreensão de que um novo EU se está a criar, a libertar-se de inúmeros estorvos, então, quando Saturno atravessa a Casa XII e se aproxima do Ascendente, podemos nos tornar cada vez mais inspirados, cada vez mais felizes.
Referência Bibliográfica: "Astrologia, Karma & Transformação", de Stephen Arroyo (esgotada).
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